Patologias >

Fígado, Vesícula Biliar e Pâncreas

Cálculos da Vesícula Biliar

Imagem Cálculos Vesiculares

A colelitíase ou colecistolitíase (“pedras na vesícula biliar”), está entre as patologias mais frequentes na área de aparelho digestivo.

A grande maioria dos cálculos vesiculares são de colesterol.

Parte dos pacientes com essa condição são assintomáticos e os sintomas podem envolver dor abdominal (cólica biliar), náuseas, vômitos, principalmente.

Nos casos de cálculos grandes existe a possibilidade de impactação obstruindo a vesícula biliar e levando a inflamação aguda da vesícula (colecistite aguda). A dor abdominal geralmente é mais intensa, localizada debaixo da costela a direita, pode estar associada a febre, sinais de irritação peritoneal no exame físico, leucocitose no hemograma. É de tratamento cirúrgico de urgência.

No caso de cálculos pequenos há risco de migração para o canal biliar principal, podendo causar obstrução deste (que gera sintomas como pele/olhos amarelados, escurecimento da urina e fezes mais esbranquiçadas) e também pancreatite aguda biliar (dor intensa na parte superior do abdome podendo irradiar para o dorso, associada a náuseas / vômitos, com resposta inflamatória / hemodinâmica variável a depender da gravidade). Nos casos de suspeita de pedras no canal biliar está indicada a realização de colangiorressonância magnética (método de imagem que avaliar melhor o canal biliar para cálculos de maneira não invasiva).

O diagnóstico de colelitíase é confirmado, após a suspeita clínica, pela ultrassonografia de abdome (melhor método de imagem e de mais fácil acesso).

É realizada avaliação laboratorial e se não houver suspeita clínica / laboratorial de cálculos no canal biliar principal, e o paciente estiver em condições cirúrgicas, a colecistectomia (cirurgia para retirada da vesícula biliar) é indicada.

A colecistectomia é realizada na grande parte dos casos por via laparoscópica e a recuperação é rápida.

Pancreatite

Imagem Pancreatite

O que é Pancreatite?

A pancreatite é uma inflamação do pâncreas. O pâncreas é uma glândula grande que se localiza atrás do estômago e junto ao duodeno. O duodeno é a parte alta do intestino delgado. O pâncreas secreta enzimas digestivas para o intestino delgado através de um canal chamado de ducto pancreático. Estas enzimas ajudam na digestão das gorduras, proteínas e carboidratos dos alimentos. O pâncreas também libera os hormônios insulina e glucagon na corrente sanguínea. Estes hormônios ajudam o corpo a utilizar a glicose que ele toma da comida para transformar em energia.

Normalmente as enzimas digestivas não se tornam ativas até que elas atingem o intestino delgado, onde começam a digerir os alimentos. Mas se estas enzimas tornarem-se ativas dentro do pâncreas, elas iniciam a "digestão" do pâncreas por si próprio (auto-digestão).

A pancreatite aguda ocorre subitamente e dura por um curto período de tempo e geralmente melhora. A pancreatite crônica não melhora por si só e conduz a uma destruição gradativa do pâncreas. Qualquer uma das formas pode causar complicações sérias. Nos casos graves, podem ocorrer hemorragia, lesão tecidual e infecção. Pseudocistos, que são acúmulos de líquido e restos de tecido, também podem se desenvolver. As enzimas e toxinas podem entrar na circulação sanguínea, lesar o coração, pulmões e rins, ou outros órgãos.

  • Pancreatite Aguda
    Algumas pessoas têm mais que um ataque e se recuperam completamente após cada um deles, mas a pancreatite pode ser grave, com risco de vida e muitas complicações. Cerca de 80.000 casos ocorrem nos Estados Unidos a cada ano, cerca de 20% deles são graves. A pancreatite aguda ocorre, em nosso meio (Brasil), mais freqüentemente em mulheres que em homens.

  • Pancreatite Crônica
    Se a agressão ao pâncreas continua, a pancreatite crônica pode se desenvolver. A escola européia e brasileira defendem que a pancreatite crônica é uma doença diferente da pancreatite aguda. O alcoólatra, neste caso, já apresenta a pancreatite crônica desde a primeira manifestação da doença, não havendo necessidade de ataques repetidos de pancreatite aguda para a doença se desenvolver. Considera-se, neste caso, que o álcool não é responsável por pancreatite aguda mas por episódios de agudização de uma pancreatite crônica de base, desde o início. A pancreatite crônica ocorre quando as enzimas digestivas atacam e destroem o pâncreas e tecidos vizinhos, causando cicatrização e dor. A causa mais comum de pancreatite crônica é o uso abusivo do álcool por muitos anos, mas a forma crônica também pode ser causada por uma lesão do ducto pancreático, num único ataque de pancreatite aguda. Os ductos lesados fazem com que o pâncreas se inflame, o tecido seja destruído e o desenvolvimento de tecido cicatricial.

  • Pancreatite nas Crianças
    A pancreatite crônica é rara nas crianças. O traumatismo do pâncreas e a pancreatite hereditária são duas causas conhecidas de pancreatite na infância. Crianças com fibrose cística, uma doença progressiva, incapacitante e incurável do pulmão, podem também ter pancreatite. Mas mais freqüentemente a causa é desconhecida.

Quais os sintomas da Pancreatite?

  • Pancreatite Aguda
    A pancreatite aguda geralmente começa com dor no abdome superior que pode durar por poucos dias. A dor pode ser acentuada e pode tornar-se constante - só no abdome - ou pode se irradiar para as costas e outras áreas. Ela pode ser súbita e intensa ou começar como uma dor fraca que torna-se pior quando é ingerido o alimento. Algumas pessoas com pancreatite aguda freqüentemente sentem-se e aparentam muito doentes.

    Outros sintomas:

    • Abdome distendido e sensível;
    • Náuseas;
    • Vômitos;
    • Febre;
    • Pulso rápido.

    Casos graves podem causar desidratação e queda da pressão sanguínea. O coração, pulmões ou rins podem falhar. Se ocorrer hemorragia no pâncreas, o choque e algumas vezes pode seguir-se até mesmo de morte.

  • Pancreatite Crônica
    A maioria das pessoas com pancreatite crônica têm dor abdominal, algumas pessoas não têm nenhuma dor. A dor pode torna-se pior ao beber ou comer, espalhando-se para as costas ou tornado-se constante e incapacitante. Em certos casos, a dor abdominal desaparece com a progressão da doença, provavelmente porque o pâncreas não está mais produzindo enzimas digestivas. Outros sintomas presentes são as náuseas, vômitos, perda de peso e fezes gordurosas.

    As pessoas com doença crônica freqüentemente perdem peso, mesmo que seu apetite e hábitos alimentares estejam normais. A perda de peso ocorre porque o corpo não secreta enzimas pancreáticas suficientes para fazer a digestão dos alimentos, de maneira que os nutrientes não são absorvidos normalmente. A digestão diminuída conduz à excreção de gorduras, proteína e açúcares para as fezes. Se as células produtoras de insulina do pâncreas foram lesadas, o diabete também pode se desenvolver nesta fase.

Quais são as causas da Pancreatite?

  • Pancreatite Aguda
    A pancreatite aguda geralmente é causada por pedras na vesícula e é discutível se a ingestão excessiva de álcool pode causá-la. A escola americana acha que sim, enquanto a européia aceita que o álcool somente causa pancreatite crônica. Mas estas não são as únicas causas. Outras causas possíveis de pancreatite devem ser cuidadosamente pesquisadas para que o tratamento adequado - se disponível - possa ser iniciado.

  • Pancreatite Crônica
    Embora comum, o alcoolismo não é a única causa de pancreatite crônica. As principais causas de pancreatite crônica são:

    • Alcoolismo;

    • Ducto pancreático estreitado ou bloqueado em virtude de traumatismo ou formação de pseudocisto;

    • Hereditária;

    • Causa desconhecida (idiopática).

    A lesão pelo álcool pode não aparecer por muitos anos e então a pessoa, subitamente, ter um ataque de pancreatite. Em até 70% das pessoas nos Estados Unidos (90% no Brasil), a pancreatite crônica parece ser causada pelo alcoolismo. Esta forma é mais comum em homens que em mulheres e desenvolve-se entre as idades de 30 e 40 anos.

    A pancreatite hereditária geralmente começa na infância mas pode ser diagnosticada após vários anos. Uma pessoa com pancreatite hereditária geralmente apresenta os sintomas típicos que aparecem e desaparecem com o tempo. Os episódios duram de dois dias a duas semanas.

    Um fator determinante no diagnóstico de pancreatite hereditária é a presença de dois ou mais membros de uma família com pancreatite em mais de uma geração. O tratamento para ataques individuais é geralmente o mesmo que para pancreatite aguda. Qualquer dor ou problema nutricional é tratado exatamente igual à pancreatite crônica. A cirurgia pode, freqüentemente, aliviar a dor e ajuda a tratar as complicações.

    Algumas pancreatites crônicas são idiopáticas, isto é, de causas desconhecidas.

    Outras causas de pancreatite crônica são as condições congênitas, como o pâncreas divisum, fibrose cística, altos níveis de cálcio no sangue (hipercalcemia), altos níveis de gorduras no sangue (hiperlipidemia ou hipertrigliceridemia), algumas drogas e certas condições auto-imunes.

  • Cálculos da Vesícula e Pancreatite
    Os cálculos (pedras) da vesícula podem causar pancreatite e eles geralmente requerem remoção cirúrgica. O ultra-som ou Tomografia Computadorizada Axial (TCA) ou TC de Abdome, podem detectar cálculos na vesícula e algumas vezes dar uma idéia da gravidade da pancreatite. Para quando poderá ser marcada a cirurgia da vesícula depende da gravidade da pancreatite. Se a pancreatite é leve, a cirurgia da vesícula pode ser realizada dentro de uma semana. Casos mais graves podem significar que a cirurgia seja retardada por um mês ou mais. Após a remoção dos cálculas da vesícula e a inflamação melhorar, o pâncreas geralmente retorna ao normal.

Quais são as complicações da Pancreatite?

  • Pancreatite Aguda
    A pancreatite aguda pode causar problemas respiratórios. Muitas pessoas desenvolvem hipóxia, o que significa que as células e tecidos não estão recebendo oxigênio suficiente. Os médicos tratam a hipóxia dando oxigênio através de uma máscara. Apesar de receberem oxigênio, algumas pessoas ainda continuarão com insuficiência pulmonar e requerem um ventilador.

    Algumas vezes uma pessoa não consegue parar de vomitar e necessita que seja colocada uma sonda no seu estômago para remover líquidos e ar. Em casos leves, o indivíduo pode ficar sem comer por 3 a 4 dias e receber líquidos (soro) e remédios para aliviar a dor através de uma linha endovenosa (na veia).

    Se se desenvolver uma infecção, o médico pode receitar antibióticos. A cirurgia pode ser necessária para infecções extensas do pâncreas. A cirurgia também pode ser necessária para encontrar o local de uma hemorragia, para afastar doenças que lembram a pancreatite ou para remover tecido pancreático lesado gravemente.

    A pancreatite aguda pode causar algumas vezes a falha dos rins. Se isto ocorre, a diálise será necessária para ajudar os rins a remover substâncias perniciosas do sangue.

Como é diagnosticada a Pancreatite?

  • Pancreatite Aguda
    Além de fazer a história clínica da pessoa e realizar o exame físico, o médico solicitará um exame de sangue para diagnosticar pancreatite aguda. Durante os ataques agudos, o sangue contém pelo menos três vezes mais amilase e lípase que o normal.

    A amilase e lípase são enzimas digestivas formadas no pâncreas. Podem ocorrer alterações também nos níveis sanguíneos da glicose, cálcio, magnésio, sódio, potássio e bicarbonato. Após o pâncreas se recuperar, estes níveis geralmente retornam ao normal. O médico pode também solicitar um ultra-som abdominal para procurar pedras na vesícula e uma tomografia computadorizada axial (TCA) para procurar por inflamação ou destruição do pâncreas. A TCA também é útil para localizar pseudocistos.

  • Pancreatite Crônica
    O diagnóstico pode ser difícil, mas novas técnicas podem ajudar. Os testes de função pancreática ajudam ao médico avaliar se o pâncreas ainda está produzindo enzimas suficientes. Usando imagens de ultra-som, colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER) e TC de abdome o médico pode observar sinais indicativos de pancreatite crônica. Tais sinais podem ser a calcificação do pâncreas, nos quais o tecido endurece pelos depósitos de sais de cálcio insolúveis. Em estágios mais avançados da doença, quando ocorre o diabete e a mal absorção, o médico pode usar exames de sangue, urina e fezes para ajudar no diagnóstico de pancreatite crônica e para monitorar a sua progressão.

Como é tratada a Pancreatite?

  • Pancreatite Aguda
    O tratamento depende da gravidade do ataque. Se não ocorrerem complicações do coração e dos rins, a pancreatite aguda geralmente melhora por si própria. O tratamento, em geral, é desenhado para dar suporte às funções vitais do corpo e prevenir as complicações. A internação hospitalar será necessária para repor os líquidos pela veia.

    Se ocorrer pseudocisto do pâncreas e ser considerado muito grande para interferir com a cicatrização do pâncreas, seu médico poderá drena-lo ou remove-lo cirurgicamente.

    Algumas vezes uma pessoa não pode parar de vomitar e necessita a passagem de uma sonda para remover líquidos e ar. Nos casos leves, a pessoa pode não comer por 3 a 4 dias e receber, ao invés, líquidos e remédios para aliviar a dor através do soro na veia.

    A menos que o ducto pancreático ou o ducto biliar estejam bloqueados por pedras (cálculos), um ataque agudo geralmente dura somente uns poucos dias. Nos casos graves, a pessoa pode necessitar alimentação na veia por 3 a 6 semanas enquanto o pâncreas cicatriza vagarosamente. Este processo é chamado de nutrição parenteral total. Entretanto, para casos leves da doença, a nutrição parenteral total não oferece benefícios.

    Antes de deixar o hospital, a pessoa será avisada para não beber álcool e não fazer grandes refeições. Após todos os sinais de pancreatite aguda melhorarem, o médico tentará encontrar o que a causou, com o objetivo de prevenir futuros ataques. Em algumas pessoas a causa do ataque é evidente, mas em outras, mas exames serão necessários.

  • Pancreatite Crônica
    Aliviar a dor é o primeiro passo no tratamento da pancreatite crônica. O próximo passo é planejar uma dieta que seja alta em carboidratos e pobre em gorduras.

    O médico pode prescrever enzimas pancreáticas que são ingeridas com as refeições se o pâncreas não secreta enzimas suficientes por si próprio. As enzimas devem ser tomadas com cada refeição para auxiliar a digestão dos alimentos e ganhar um pouco de peso. Algumas vezes pode ser necessário insulina ou outras drogas para controlar o açúcar no sangue.

    Em alguns casos, é necessário a cirurgia para aliviar a dor. A cirurgia pode ser a drenagem de um ducto pancreático alargado ou a remoção de parte do pâncreas.

    Para crises pequenas e moderadas, as pessoas com pancreatite precisam parar de beber álcool, aderir à dieta prescrita e tomar os medicamentos apropriados.

Este material foi desenvolvido pela National Digestive Diseases Information Clearinghouse (EUA), revisado e adaptado pela CCSFBG , sob autorização. No caso de dúvidas, favor entrar em contato conosco.

Colecistite

Imagem Colecistite

A colecistite é uma inflamação da vesícula biliar, desenvolvida na maioria dos casos quando um indivíduo possui pedras na vesícula.

A vesícula biliar é um órgão localizado abaixo do fígado, com a função de armazenar temporariamente a bile. Quando existem cálculos biliares na vesícula, eles podem se desprender e bloquear o ducto cístico, prendendo a bile no órgão.

Esse acúmulo da bile, junto a uma infecção bacteriana, pode levar à uma inflamação do órgão, ocasionando a colecistite.

Os principais sintomas da doença são dores no lado direito do abdômen, febre, anorexia, náuseas, vômitos e amarelamento dos tecidos. O tratamento pode ser realizado através da remoção da vesícula.

Abscessos hepáticos

Imagem Abscessos hepáticos

Os abscessos hepáticos podem surgir devido a uma disseminação de bactérias pelo sangue, ou da dissipação de focos de infecções localizadas próximas ao fígado. Além disso, podem ser causados por protozoários.

O tratamento dos abscessos hepáticos depende da causa da infecção, mas geralmente é realizado através do uso de antibióticos, drenagem do abscesso ou cirurgia.

Os sintomas mais comuns ocasionados pelos abscessos são febre, calafrios, anorexia, perda de peso, dor abdominal, náuseas e vômitos.

Fonte: FBG.ORG

 

Experiência
que faz a diferença!

O Dr. José Antônio Guandalini Mendes é graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, concluída em 2011.
Na mesma instituição, realizou Residência Médica em Cirurgia Geral, com conclusão em 2013, e Residência Médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo com atuação em Endoscopia Digestiva, concluída em 2015.

Veja o currículo completo do Dr. José Antonio